Macellum (Pompeii)

Foto ainda em tratamento


(12) Macellum
Macellum, termo em Latim para designar Mercado, parece ser uma palavra de origem fenícia que significava recinto e que foi herdada pelos gregos e romanos posteriormente .

O Macelum construído na Idade Augusta, destinava-se à venda de géneros alimentícios, sobretudo carne e peixe e era o maior mercado de Pompeia. Era, no entanto, possível encontrar esses produtos em outros tipo de estabelecimentos donde individualmente se vendiam produtos como peixe, verduras, cereais (granaglie), legumes (forum olitorium), entre outros. Era muito usual, encontrar pequenas lojas como as Tabernae ou inclusive aceder à própria compra através de vendedores ambulantes.

O Macellum encontrava-se situado perto da esquina sudoeste da praça do fórum e ocupava o ângulo "Norte-Oriental" do mesmo.

Precedido por um Largo Pórtico num pátio,é usual atribuir-lhe 3 acessos ou entradas:

Uma, a principal, encontrava-se no lado ocidental do Fórum. A ela se acedia através duma porta dupla.Nela foram encontradas várias lojas, as designadas "Lojas do Fórum".

A Segunda, do lado setentrional ou no lado norte encontrava-se alinhada entre diversas lojas que rodeavam a Via degli Augustiali.

A Terceira, do lado sudoeste do Fórum, encontrava-se num beco lateral.
Na sua origem havia uma entrada para o "Vico del Balcone Pensile" que foi encerrada aquando da construção do Templo dos Lares.

O Pórtico do Macellum era constituído por uma zona descoberta e à volta dela encontravam-se lojas destinadas à venda. Algumas delas eram interiores, e outras exteriores.
Apesar de serem pequenos espaços, estavam dotados inclusivamente de um andar superior com varanda.
A sua praça interna media 37X27 m e no centro encontrava-se uma construção redonda ,da época do império, rodeada por 12 colunas (Tholos).

Origináriamente o Tholos era de madeira e a cubri-lo encontrava-se uma cobertura ou tecto sob a forma de cone. O pavimento esse era em pedra. Neste centro coberto encontrava-se uma fonte de água donde se encontravam os peixes, também eles destinados à venda.

Este Tholos foi posteriormente sujeito a várias transformações, assim como todo o Macellum, nomeadamente na época Giulio-Claudia, época em que o edifício sofre reconstruções no mesmo lugar e com planta semelhante.
Assiste-se assim à construção de novas fundações (como por exemplo a sistematização de 12 pilares em pedra para sustentar uma colunata), um novo andar, e um pavimento novo.

É por isso que, apesar do Macellum datar do último periodo da Era Sunita , as alterações mais recentes se localizam precisamente na época Giulio-Cláudia e também no ano 79 aquando da nova e última erupção.

As decorações (IV Estilo)ainda visíveis (lado norte e ocidental - parede noroeste) , todas elas datam dessa última fase de vida do edifício.

É curioso referir que as decorações diferiam. No Pórtico era comum encontrar representações da Mitologia Grega enquanto que nas Lojas encontrávamos representações do Rio Sarno e Paisagens de índole marítima, de donde eram oriundos os alimentos.

De salientar, que inicialmente, quando o edifício foi excavado entre 1818 e 1822, a função do edifício não se tornou imediatamente clara.
Uma vez que no próprio Macellum se celebravam cultos ao imperador e a toda a familia imperial , pensava-se que este era um Templo - um Templo dedicado a Augusto  ou até um panteão.

Não obstante e graças aos mais variadíssimos vestígios nele encontrados foi possível reconhecer o seu uso principal.
Assim e na sequência do que foi dito podemos precisamente referir o uso de 3 espaços (encontrados na parede oriental ou este) do edifício cuja função ou uso muito dariam muito que falar.

Ao centro encontrava-se o quarto central: a capela ou oratório. O designado "Sacellum", era no fundo um santuário dedicado ao culto imperial. A demonstrá-lo temos a descoberta dum braço duma escultura em mármore segurando um globo na mão.
Em dois dos 4 nichos da "cella" foram encontradas duas estátuas em mármore, uma masculina e uma femenina (no Museu de Nápoles) que se pensa serem retratos da familia do imperador ou há quem fale de alguma familia abastada mecenenas do macellum.

À esquerda, a nordeste encontrou-se um quarto com uma função igualmente sacra, uma vez que albergava um Tempietto e um pequeno altar destinado a banquetes de sacrifícios.

A outra sala, do lado sul-oriental (à direita) terá sido usada para a venda de peixe, uma vez que inclusivamente existia um contador em pedra (uma bancada em forma de U) sustentada na base por um canal de rego ou sistema de drenagem.

Entre os vestígios encontrados no Macellum podemos referir restos de espinhas e escamas de peixes pertencentes à fase inicial do edifício. Estes foram , por exemplo, encontrados no canal que conduzia a água do Tholos ao exterior do edifício. Também se encontraram vasilhames nas lojas exteriores ao Macellum; ou o esqueleto duma cabrita provavelmente vítima de algum sacrifício religioso.
Também nele foram encontrados "Casts" de vítimas no local.

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